31 dezembro 2012

Reiniciando com o Raspberry Pi

Durante 2012, eu e o meu colega de trabalho Carlos Romel, nas conversas de café, trocamos ideias sobre desenvolvimento de sistemas embarcados, e o Romel me contava sobre suas peripécias com o Arduino.

Há uns 4 anos atrás, já havia me aventurado no desenvolvimento de sistemas embarcados utilizando microcontroladores da família PIC, cheguei até a adquirir um kit de desenvolvimento da 2ei (http://www.2ei.com.br/). Meu interesse sempre foi, e ainda é, de um passa-tempo, ou quem sabe a utilização destes sistemas em alguma pesquisa acadêmica. Na época fiz alguns códigos utilizando uma pilha de bibliotecas para o kit de desenvolvimento, e o que me deixava frustrado era a dificuldade de compartilhar os projetos, pois tinha uma forte dependência com o kit, assim como os demais kits existentes para PIC.

Nas conversas de café, o Arduino me chamou a atenção por ser uma espécie de padrão de hardware a ser utilizado, no entanto ainda seria necessário utilizar a linguagem C e conhecer suas bibliotecas de hardware para poder desenvolver algum projeto, o que não me motivava muito.

Eis que um dia meu amigo Romel me mostra o Raspberry Pi (http://www.raspberrypi.org/), uma placa que é um computador inteiro, com saída de áudio, video (inclusive HDMI), armazenamento em um cartão SD, entradas USB, um processador ARM e 512 MBytes de RAM, onde é possível executar vários sabores de Linux, e o mais interessante possui um conjunto de pinos específico para interface I/O (conhecida como GPIO).

Fiquei bem interessado, no entanto ainda meio relutante em comprar uma vez que teria que importar, e a espera era de aproximadamente 5 meses. Mas uma coisa que contribuiu também para o meu interesse foi a possibilidade de desenvolver para embarcados utilizando a linguagem Python, que tive contato com a necessidade de escrever alguns scripts para automatizar algumas tarefas, e também em algumas experiências com o GoogleAppEngine. Achei Python bem simples, e utilizá-lo para controlar dispositivos seria ótimo.

No final de 2012, após assistir uma palestra do desenvolvimento JAVA para o Raspberry Pi no JAVA ONE 2012 em São Paulo, decidi definitivamente adquirir a placa, e tive a grata surpresa de encontrar uma distribuidora nacional (http://www.farnellnewark.com.br/). Paguei R$ 50,00 a mais do que se importasse, porém chegou em 3 dias, e não em 5 meses.

Peguei um SD-Card de 2 GB de um celular antigo que estava parado, baixei o Raspbian (versão Debian customizada para o Raspberry Pi) e gravei sua imagem no cartão (http://n00blab.com/how-to-create-raspberry-pi-sd-card/), conectei a placa na entrada de video da TV (CRT) que tenho na sala, com um mouse e teclado USB e realizei o primeiro boot. Fantástica a sensação de utilizar um computador na sala, em uma TV de tubo de ráios catódicos, parecia que voltava no tempo, na época do MSX e TK-90.

Muitas ideias para a utilização desta placa, muitos menosprezam o poder computacional que pode ter um processador ARM com 512 MB de RAM conectado na Internet. Aliás este é o próximo passo, configurar a rede, e o adaptador USB wireless para que a placa fique conectada na Internet.

Toda essa emoção, e também para demonstrar o poder computacional dessa placa que decide reativar meu blog, que estava parado desde 2010, para compartilhar essas experiências e trocar informações. Vamos ver com qual frequencia, e até quando consigo alimentar este blog.

Até a próxima postagem ...